Eu digo
Hábitos noturnos
três horas da manhã
silêncio consumo
transformações, visões, solidões, risadas
tudo é néon e brisa na madrugada.
Lá fora, mundo, mudo, invado
o que desconheço e só imagino.
Já aqui dentro, outro mundo inquieto
que penso que vejo
subo do declínio.
Habitando profundo
quase todos os dias vejo amanhecer
os pássaros sussurrando
o amarelo que vem azul, do mundo.
Não sinto sono
sinto vontade de viver
poucas vezes, de morrer
sinto que sinto uma alavanca
que faz a máquina andar
há esse pulsar e finco
ar, cheiro, luz e mar
preciso, eu digo.
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