segunda-feira, 20 de abril de 2015

Poema inédito - Ando a rua



Ando a rua

Ando a rua
jogado ao vento.
O vento joga
o canto
na calçada.
A calçada
alça alto
a paisagem
rebento.
Existe no outdoor
vão
e dois números
e esses números
não me levarão
de volta a existência.
A cidade é uma estranha.
Os prédios aparecem                    invisíveis.
Os carros vão objetos não identificados.
Minha carteira de identidade está rasgada.
Minha foto neste documento
está séria
lacrada
do lado de dentro
parece intacta.
Minha alma tem calor
e buracos e falhas
e falas.
Do lado de fora
Há alguém.
Ela aflora.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentem, mas deixem seu contato para que eu tenha o direito de resposta.