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Calcinha
Para não acordar seu marido do sono
profundo bem definido e inspirado, ela veste-se sem fazer barulho, ruído, e com
a janela entreaberta. Pouca luz solar e habilidade no vestir já são o
suficiente. Primeiro, como num ritual providenciado por inimagináveis forças
superiores da beleza, ela veste sua calcinha. Uma calcinha fio dental e de
algodão, mas bem confortável. Cor laranja. Transparente na frente. Depois, ela
veste o resto da roupa, que não é importante nesta história.
Indo para o trabalho, com transpirações nas
intenções, em suas suaves virilhas muito bem depiladas e sem nenhuma mancha. Em
um carro com ar condicionado, mas que ela prefere ir com a máquina que
moderniza o frio amenizando o calor desligada. Sentindo o calor matinal. Ela
segue pelas ruas asfaltadas e com as janelas abertas. Pelando no amarelado sol.
Ela transpira, aspirando o dia, debaixo do astro caramelado no engarrafamento
do centro da cidade. Transpira, respira, inspira, ela está viva, quer vida.
Vida! Mexendo seus ombros para lá e para cá ao ritmo da felicidade e com Bob
Marley soltando a voz dos autofalantes de seu carro de dois anos e que ainda
tem algumas parcelas a pagar. Ela dança. Ela quer suar. Ela quer ser feliz e
sua felicidade está nas gotículas liberadas pelas glândulas sudoríparas de seu
maior órgão. E, se essas gotículas saírem mais precisamente em suas virilhas,
seu querer será ato consumado. A intenção é exalar entre suas pernas sabores
olfativos ultrassecretos. Ultrapoéticos.
Do estacionamento da empresa em que ela
trabalha, passando com ênfase pela escada do prédio até a sua sala, ela faz
questão de ir caminhando. Dá bom dia a todos. E todos, como é de praxe,
respondem. É obrigado ser educado e bendito nos dias atuais e nos dias dantes.
Esse comportamento é uma maldição do mundo? Ou uma forma natural de ser
agradável? Dependendo do ambiente, ela diria a este questionamento. Com o
sorriso angelical, dona, musa, equilibrista, chefa, orvalho, estrela, cadente,
Ela, todos os cheiros e amores, recebe evidentemente de volta todos os seus
cumprimentos.
E entre suas pernas vai consigo o
motivo de sua real felicidade e harmonia.
Em uma manhã normal, ela mal se
levantaria de sua cadeira, pois tem muitas obrigações e relatórios para
finalizar. Mas hoje veio de cima a ordem para que os arquivos mortos que ainda
estavam armazenados nos armários da sala de Arquivo Morto da empresa fossem
reorganizados e digitalizados. Com um sorriso que vale por mais de três risos
entusiasmados, ela pediu que sua secretária ficasse na sala aguardando-a, pois
ela mesma iria até lá embaixo, no térreo, fazer o esforço físico e chato de
procurar os arquivos que tinham que ser digitalizados. Tinha dias em que ela
estava de tão bom humor que a sua secretária ficava grata por essas atitudes
altruístas e afetuosas. E ir até o Arquivo Morto da empresa, procurar todos os
papéis empoeirados e velhos que tinham que ser digitalizados, e trazer de volta
para a sala, era uma tarefa cansativa e fisicamente engenhosa. A manhã dela,
dando essa folga à sua secretária, foi ainda mais feliz e transpirante.
Fazer sua virilha suar era sua lei. Era
sua regra. Era seu riso. Era seu dever. Era sua época. Era sua era. Era seu
bálsamo. Era sua obra...
No horário do almoço, ela comeu no
refeitório da empresa com os colegas de trabalho. E esse dia tudo estava ao seu
alcance como providência divina. Como um estouro de cores angelicais. O ar
condicionado do refeitório estava quebrado. As máquinas podem estar ao nosso
lado? Com isso, os funcionários abriram as janelas para melhorar o calor do
local. Mas ela fez questão de sentar o mais longe possível das janelas. E de
falar bastante enquanto comia. Ela falava e mexia os braços de forma
compulsiva. Seus funcionários prestavam atenção. Manda quem pode... A intenção
realmente é suar o máximo possível.
Antes de retornar para o turno da
tarde, onde encontraria o ar condicionado central, e isso a atrapalharia em
seus planos, pois era certeza de ficar presa em sua sala a tarde toda, ela foi
ao banheiro. E, trancada em uma cabine, despiu-se quase toda, pois sua calcinha
ficou abaixada até a altura dos seus joelhos. E, numa posição em que não
molhasse tanto a sua calcinha laranja de algodão, mas que também não deixasse
de respingar sobre ela e sua perna a própria urina, com prazer, ela mijou. E
desceu tudo que tinha direito. Era o líquido que tinha segurado durante toda a
manhã. E esse ato ela fez de pernas esticadas e corpo dobrado, sob o vazo.
Depois da tarde de trabalho
esforçando-se em pequenas atitudes e meandros para contrapor a lânguida frieza
e a fina secura que o ar condicionado de sua sala oferecia contra o calor que
queria sentir entre suas pernas, às dezoito horas em ponto, ela sai pela porta
de sua sala. Novamente pelas escadas, vai até seu carro. No seu carro, com o ar
desligado, dirige-se para a academia. Na academia, troca de roupa, mas não toma
banho e nem troca a calcinha. Malha por uma hora e meia.
Seu dia já está acabando. Ela pega
todas as suas coisas e sai da academia indo em direção ao carro. Anda apressada
como se ainda estivesse na esteira, malhando. Breve ela chegará em casa para
mais uma noite de amor com seu marido. Ela é recém casada e sabe como agradar o
seu amor. E, dentro do seu carro, muito suada, lembra-se da cereja do bolo.
Abre a sua bolsa e pega um cordão de bolinhas “masturbatórias”. Com cuidado e
zelo, ela abaixa sua calça legging, põe de lado sua calcinha alaranjada.
Introduz uma, duas, três, quatro bolinhas. As bolinhas são vermelhas e caberiam
facilmente em uma caixa de fósforos. Ela deixa três bolinhas de fora. As
bolinhas não ficam nem felizes nem tristes com essa exclusão. E, assim, ela
veste-se e liga o carro para ir comprar o pão. Para, em seguida, ir para casa.
Quando ela chega em casa, constata que
seu amor ainda não tinha chegado. Ela entra com o carro. Depois de fechar o
portão, entra em casa e acende todas as luzes. Vai até a cozinha e procura
algumas velas. Pega uma comida congelada no freezer e coloca no forno. Depois
disso, despe-se, tira as suas bolinhas do prazer e joga sua roupa no cesto de
roupa suja. Com a sua calcinha em mãos, ela vai até o seu quarto, onde dorme
com o seu amor. Ela abre o zíper da almofada do seu marido e coloca a calcinha
dentro dela, onde tinham outras calcinhas. Ela fecha o zíper da almofada e a
coloca onde ela estava. Ela procura um papel e uma caneta. Não demora muito,
ela os acha e escreve um recado para seu marido:
Com
afeto, meu suor, meu odor, meu gozo, meu cheiro.
Como
você sempre me pede, hoje eu coloquei mais uma calcinha dentro de sua almofada,
que é pra você sonhar comigo...
Te
amo!
Sua
‘cheiro’...
Depois de deixar o recado em cima da
almofada de seu marido, ela segue, flutua, pluma, liberta, sobrevoa à toa para
o banheiro, como as pessoas que estão amando fazem.
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Boa Leitura!!
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