Sopro
I
Pior que uma folha em branco
E uma cabeça sem ideias
Será o caminho que me espera pela frente
Rente e serpente.
Pior, no sentido de mistério e impossível.
Impossível, no sentido de que ainda não aconteceu
E se não aconteceu
Mistério, por assim dizer.
Assim digo
Como se quisesse criar um artigo
Ou poema mal escrito
Mas acabei de criar um dito que fico no escolhido
Talvez, verbos em versos
Seja em que formato for, fico.
Maior, menor, fácil ou forçado
Para distrair um momento, antes nunca vivido
Me permito.
II
São os trinta anos que chega sem aviso
É a vida que cansa e cessa as paixões emanas
Como um aviso de que é preciso se renovar
Como os vestígios intermináveis dos raios do sol e
do colorido
Do mar e do céu límpido
Da chuva que logo vem nesse calor Teresinense,
destemido.
A vida avisa, é preciso mais mudanças pujanças
plurais paixões astrais sinais bocas sorrisos cheiros pupilas músicas danças
mangas vinhos chuvas estradas nuvens peles vozes confissões desencontros
relâmpagos línguas amarelos laranjas azuis
...
Como ocorre o tempo todo.
III
Vou solto ocorrer em vícios
Sem deixar resquícios.
IV
Se você piscar os olhos por mais de quatro
milésimos atrasados que o outro querendo demonstrar que pisca diferente, ou por
bondade, ou por maldade, ou por que está em dores, ou qualquer razão que venha
a sua cabeça agora
Você é esquecido sem prenúncio e terá que vigorar
Como um sopro solitário
Como um lobo que arde em sede e fome
Se você quiser sobreviver.
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Poema nunca publicado antes em nenhum dos meus livros de poema publicado anteriormente.
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