Mais um poema. Este fala sobre um pouco do nosso dia-dia no casamento
Na foto estão eu, Isana, nosso nego Tony e meu padrinho, o amado Tio João
////
Mais
casamento
Afirmo,
irritado:
_Você
é de cristal!
_Sou
– ela concorda. Calma.
Autenticamente
ela.
_Você
não sabe cuidar de cristais?
Depois
de um minuto refinando a resposta com o meu humor bipolar habitual
Digo:
_Prefiro
os vidros. São mais duros, baratos e transparentes.
Ela
entra no banheiro.
É
noite.
Está
frio e chove.
O
ventilador está com defeito.
No
Piauí, quando esfria, chove e o ventilador funciona
Foi
Deus que proporcionou tal luxo.
Pelo
menos para mim
Desempregado
e sem serventia como poeta.
Careca.
Pouco.
Dou
um jeito no ventilador.
“Será se não é mais um milagre de Deus?”. Penso.
Ela
sai do banho.
Sento-me,
astuto, e observo
Espero
o momento em que ela vestirá a calcinha
Que é tão excitante quanto o momento em
que ela tira.
Ela
está mais cheirosa que eu
E,
disso, qualquer cego saberia.
Pois,
ainda que eu esteja animado com tanta dádiva
Continuo
animal
Suado
Vidro
E caras-eternas-dívidas.
/////////
Leia esse poema e outros no livro online "Desigual":
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem, mas deixem seu contato para que eu tenha o direito de resposta.