terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Poema 'Vermelhas'



Vermelhas


Pincelar liberta.

Preencho cores vermelhas
Imaginando pupilas
tragando tulipas
refletindo veias
desafogando sangue
desiludindo métrica.

Desflorindo cinza e o que não tange.

Não sou pintor
sou poeta
escritor que nunca foi pago
inventor de liberdades
de mentiras sem maldades
e saudades azuladas-vermelhadas
intrépidas.

Meu ofício pode ser seu fardo.

Tudo fica
na avaliação que almejas
nas batidas vermelhas
do que desejas
encruada ao ponto de vista
e do que defino
regra
e hino.

Pincelar é saída, entrada, meta.
É desatino.


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sábado, 29 de novembro de 2014

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Leia o conto de horror - Frank



Frank
 
      A fila chegava até o lado de fora do banco. O calor de 39 graus e ausência de sombra deixavam o público impaciente com a demora do atendimento. Sandra, que já estava dentro do banco, apertada, falou com a mulher em sua frente:
      _Minha senhora, vou até o banheiro, você guarda meu lugar?
      A senhora fez um sinal de positivo com a cabeça. Um gordo que estava atrás dela também fez sinal de positivo, ouvindo o que ela disse.
      Cinco minutos depois, Sandra retorna para a fila e vê que um homem, que não estava antes ali, estava em seu lugar.
      _Oi. Esse é meu lugar, você entrou nele.
      _Eu sei. Te vi saindo também. Você estava em minha frente – o homem diz à Sandra.
      A senhora que estava na frente dela olhou-a sem esboçar reação, mas com o olhar de positivo.
      _Então tá, deixa eu entrar em sua frente?
      O homem diz que sim com sua cabeça à Sandra. Ela retoma seu lugar.
      Todos perceberam que ele cortou a fila, mas reclamar em fila é falta de educação. Quando você reclama, o reclamado não gosta e as outras pessoas que estão na fila te acham grosso ou mal educado. Geralmente, o ‘furão’ sai como o certo. Principalmente se a sua reclamação for num tom mais arisco. Mas o homem que tomou o lugar de Sandra, usando de uma ótima tática (moreno, alto, esbelto, bonito, com cara de rico, chamando atenção de homens e mulheres), conseguiu seu lugar na fila. A boa imagem é um passaporte para a cortesia alheia.
      _Não aguento mais esse sol – diz Sandra.
      _Tá impossível – a senhora concorda.
      _Você já ouviu uma música: Eu não me acostumo com o sol da minha cidade... – Sandra cantarola para a senhora e, de canto de olho, espia o homem que está atrás dela e apareceu do nada.
      _Não minha filha, não ouvi ainda.
      _É de um artista daqui da cidade.
Sandra cala-se um pouco, percebendo que o homem estava olhando para baixo, na direção da vagina dela. Mesmo acanhada, puxa assunto:
_E você... se acostumou com esse sol?
_Também gosto muito de música. Arte em geral – com voz de locutor de rádio, ele responde a ela.
_Nossa, o senhor é locutor de rádio? – A senhora, grande ouvidora de AM, pergunta-lhe.
_Não.
_Qual seu nome?
_Frank.
_Nome de artista!
_Depende do ponto de vista.
Os três riem. A fila anda. Coincidentemente, Sandra vai ao caixa e, em menos de dez segundos, Frank também vai ao encontro de seu atendimento no caixa. Frank termina primeiro e sai do banco. Com os olhos, ele despede-se de Sandra e ela dele.
Três minutos depois, ela sai do caixa e dirige-se para fora do banco. Do outro lado da rua, ela avista Frank comprando um soverte. Ela segue seu caminho. Passa prestando atenção na rua, no asfalto quente, pelando, nos carros que estavam por vir. Frank atravessa a rua na direção de Sandra.
Quando ele chega perto dela, cumprimenta:
_Oi...
_Oi.
_Refrescar é bom!
_Com certeza.
Ela fica parada na frente dele, na sombra feita pelo seu corpo alto e forte. Ele dá risada.
_Pra onde você vai?
_Vou para a parte sul da cidade. E você?
_Vou para a leste.
_Sei que nos conhecemos agora, mas sinto que posso te ajudar te oferecendo uma carona.
Os dois riem.
_Vem comigo. Se vier, você tem direito a mais um sorvete. Quer? – indaga Frank.
_Um sorvete eu até quero, mas ir com você, não. É muito contramão – Sandra diz, preocupada com a intenção de Frank.
_Que nada. Você é uma boa companhia. Faço questão de te levar. Senti uma empatia entre nós na fila.
_Também senti isso. Mas não te conheço bem.
_Tudo bem se você não precisa da carona. Mas vamos tomar um sorvete. Você gosta de morango, acertei?
_Não muito, mas neste calor é bom um sorvete de limão.
_É verdade. Tá na moda deixar a boca gelada – diz Frank, sorrindo.
      Os dois tomaram seus gelados doces e conversaram mais. Sandra estava interessada desde o primeiro momento que o viu. Mas Frank era um desconhecido e ela não queria passar a impressão de que seria uma dessas que se abre de primeira.
      _Pois então vou indo. Vem comigo?
      _Obrigada, mas a carona fica para outro dia. Garanto a você que teremos outra oportunidade – diz Sandra.
      _Olha, eu insisto. Eu tenho uma coisa pra fazer na região leste, posso passar lá primeiro.
      _Por que quer dar essa carona!?
      _Como você é direta. E direita – ele sorri.
      _Desculpe, não quero ser chata...
      _Tudo bem. Vai querer a carona ou não? E é só uma carona. Não passa disso. Só estou sendo gentil – Frank diz, brilhando seus olhos e reluzindo seu sorriso para ela.
      Depois de vinte segundos raciocinando, pesando o medo e sua vontade, ela aceita.
      _Ok. Mas é só uma carona, tá?  – ela diz, olhando para o chão, depois para os pés dele, depois para suas mãos, para sua calça apertada, para a sua boca. E, depois de uma outra pausa em silêncio, analisando-o por completo, ela completa – Vamos. Mas você tem a carteira há quanto tempo? – Sandra sorri ao perguntar.
      No carro, Frank não para de olhar para os pés de Sandra.
      _O que que você está olhando tanto para baixo?
      _Não estou olhando para baixo, estou olhando no anglo diagonal para baixo. Compreende?
      _Mesma coisa. Diz.
      _Seus pés. Lindos, sinceramente...; sem palavras para eles.
      Sandra dá um longo sorriso e fica avermelhada.
      _Desculpe se fui inconveniente.
      _Não, que é isso! Sempre é bom pra alma feminina ouvir esse tipo de coisa.
      _Então sua alma deve ser feliz e sorridente.
      Os dois riem.
      Frank continua:
      _Eu a vejo daqui.
      _Vê minha alma? – Sandra sorri contagiosamente.
      O carro passa por um buraco. Um som de estouro. Ela assusta-se. Ele pede calma. Sandra acalma-se, Frank encosta o carro.
      _Quer merda! Estourou o pneu.
      _Percebi.
      _Fique tranquila que sou o melhor profissional para trocar pneus na região.
      Ela ri.
      _Mal te conheço, mas já gostei do seu bom humor.
      Ele desce e vai trocar o pneu.
      _Vou comprar uma água, você quer?
      _Sim. Obrigado.
      Ela volta com a água em mãos, Frank já está com o estepe fora do carro.
      _Vai se sujar todo.
      _Não tem problema, problema é a sede. E você tem água, ou seja, tem a solução. Então, o que temos aqui é você como solução e eu como agilizador.
      _Você costuma sempre falar bonito, querendo ser engraçado ou fica inventando palavras? – Sandra gosta de homens de bom humor, parece que ele sabia.
      _Só quando quero impressionar ou até bajular.
      Os dois conversam enquanto ele troca o pneu.
      _Quer me impressionar, Frank?
      _Consegui?
      Um riso mais suave, bem sensual, o que é natural em Sandra.
      _Pelo visto, consegui.
      _Mas, pra que me impressionar?
      _Como eu disse, quero é impressionar, ou até te bajular. Ou seja, quero ser sincero com esse seu sorriso por inteiro – ele fala sorrindo. – quero te bajular.
      Sandra não aguenta, derrete-se em mais sorrisos contagiantes, mas dificulta a conversa:
      _Não gosto de homens que ficam me babando.
      _Então vou arranjar um babador até você chegar ao seu destino.
      Sandra fica calada.
      _Olha, como fui eu que te convidei, vou parar de fazer coisas que não te agrade.
      Sandra sorri e diz:
      _Não é pra tanto. Fique tranquilo. Às vezes desconfio de pessoas com boas intenções demais.
      Dois silêncios entre eles.
      _Tá com fome? – Sandra pergunta.
      _Com certeza, com fome e sujo. Vamos juntos comer?
      Sandra não reluta, por dentro era isso que ela queria.
      Eles chegam ao bar-restaurante.
      _Frank, por que você puxou assunto comigo e me convidou para me dar uma carona?
      _Olha, hoje é sexta e já é quase hora das estrelas brilharem sem parar durante o resto da madrugada. Sou livre quanto qualquer homem ou mulher que se interessa por outro que tem algo a acrescentar. Você chamou minha atenção assim que entrou no banco, não pude evitar. Fiz errado?
      _Falou uma parte como poeta, são seus versos?
      _Sim. E você, por que aceitou?
      Sandra não responde com a boca, mas seus olhos não escondiam a satisfação de ter aceitado a carona e a companhia.
      _Eu quero dois pastéis de carne – Frank pede ao garçom e olha para a prateleira de bebidas.
      _Quero um também – acompanha Sandra.
      _Uma dose também?
      _Não bebo bebidas quentes. Mas uma cerveja cai bem.
      _Vai ter que tomar sozinha, Sandra. Porque vou de alcatrão.
      _Se eu tomar uma cerveja sozinha, fico bêbada.
      _Se eu tomar alcatrão sozinho, fico caído.
      Sandra ri.
      _Tá bom. Vou te acompanhar, mas tomando minha cerveja sozinha. Você fica com seu alcatrão.
      _Ok. Então vamos ser agora uma bêbada e um caído. Não vai dar em nada.
      Os dois riem e seus olhos tocam-se.
Depois de duas horas, já alimentados, conversando sem a falta dum sorriso na mesa e já com os ‘pedidos’ pedidos e bem comidos, Sandra, curiosa, pergunta a ele:
_Que que cê olha tanto para baixo? Ainda olhando para os meus pés?
_Sim. Seus pés dizem muito de você.
Outro riso de Sandra.
_Cada riso seu diz muito de você.
_Olha, fala de você então, porque estou dizendo demais de mim.
_Não falo de você o tempo todo. De mim, falo se perguntarem.
_Então diz de você – Sandra insiste.
_Sou Frank, nordestino, adoro buchada, pimenta, sol, não gosto do frio, me deixa depressivo, e, quando fico assim, faço muitas besteiras, besteiras incontroláveis. Tenho 28 anos, sou formado em Literatura, mas não exerço a profissão, me sustento trabalhando na área administrativa de uma das maiores empresas da nossa cidade. O que faço? O que sou? Nada disso é importante perto do que vou te falar agora...
_É! O que é mais importante que você tem pra me falar agora?
_Sandra. Sandra, Sandra! Aproveite-me, essa pode ser a última vez que me verá. Não porque vou embora ou sumir, dissolver como qualquer matéria, mas porque já estou gostando demais, ou melhor, está surgindo em mim um estalo de paixão por sua pessoa que me fará não lhe querer mais amanhã. Só por essa noite.
_Frank, você é uma graça que me faz rir. Mas não entendi muito o que você quer dizer. Tipo, se você se apaixonar por mim hoje, não irá me querer mais? Como assim?
Frank sorri, fica um pouco em silêncio e diz:
_A paixão me assusta. Ela começa no afeto e quase sempre termina no abismo. É um remédio e um câncer para a alma.
_Nossa, como você é melodramático – Sandra diz, sorrindo para Frank.
      Já pela terceira cerveja e pela décima primeira dose de alcatrão, ele toma coragem e senta-se na cadeira ao lado de Sandra.
_Finalmente. Eu tomei cada garrafa dessa bem devagar, esperando sua atitude. E ainda assim você demorou duas garrafas e meias para sentar ao meu lado!
_Às vezes preciso beber pra falar espontaneamente como você falou agora.
_Mais espontâneo do que isso que você já falou?
_Sim, mais solto. Mais leve. Mais livre para lhe dizer a verdade que sorri aqui na minha frente. Porque realmente seu sorriso é verdade. Seu olhar é um pedido: faça o que quero, que farei a ti.
Sandra escuta com o sorriso no canto da boca. Frank continua:
_Vale muito a pena este momento para engrandecer a minha vida. Pois, perto do universo, minha vida é pequenina, mas, para este momento minha vida, meus Deus, é linda.
_Você já bebeu demais. Tá filosofando demais!
_Bebi sim, mas desde que entrei na fila...
_Você furou a fila! Sabia... – outro grande sorriso de Sandra ecoa no ambiente.
_Furei porque não aguentei ver seus pés de longe e não olhar de perto. Entrei na fila sem ter o que fazer no banco e, mesmo só trocando miúdas palavras, vi seu pé de perto, foi o que importou naquele momento.
_Você é louco!
_Se for pra você sorrir assim para mim, sou sim louco, sempre louco. Na verdade, você por inteira, quer dizer, do que vejo, e você não vê e o que não vejo e nunca verei, ao que não vejo, mas posso “entrar” pra sentir. Entende? Você por inteira é o que sonhei ontem à noite e achei que só era sonho. Mas não foi sonho. Desde ontem, eu sabia que hoje estaria aqui contigo.
_Não entendi nada, mas posso dizer que você é muito melodramático mesmo e ainda se apaixona romanticamente à primeira vista, está conseguindo estragar o clima – Sandra sorri com os cantos da boca.
_Não estragarei mais o clima.
Sem perder tempo com mais delongas, Frank a beija, segurando-a pela nuca.  E já eram sete da noite.
      Ela, com o rosto colado nele, fala:
_Demorou também.
_Eu sei. Sei que demoro. Sempre demoro.
Entra no bar uma mulher. Sandra a conhece.
_Vamos embora.
_Por que, Sandra?
_Vamos pra outro bar. Conheço um lugar que tem música ao vivo. É justamente na região leste.
_Por que quer ir?
_Para ser sincera – ela fala bem baixo no ouvido de Frank –, não gosto dessa mulher que entrou no bar.
_Eu sei porque é...
_Como assim você sabe? Você me conhece de outro lugar?
Ele a beija.
_Não, moça. Calma.
_Então diz, como sabe que não suporto aquela gorda? – Novamente pergunta no ouvido dele, sorridente.
_Ela tem isso que você fez. Tem uma pessoa falando no ouvido dela. Sussurrando feito mosquito.
_Que pessoa?
_Um encosto. Olha lá do lado dela, aproveita que ela não está olhando pra cá. Não vê? É uma velha que se veste toda de branco. Ela está embriagada e agora olha pra nós, com ânsia nos olhos e um riso na boca.
_Você é louco...
_Preste atenção e veja.
Os dois ficam em silêncio olhando a mulher de costas sentada.
_Viu?
_Vejo só aquela gorda...
_O que foi que ela te fez?
_Não vale a pena comentar.
_Eu garanto que ela não vale nada. E digo mais: eu acho que você está vendo o que estou vendo. Só que de uma forma diferente da minha. Daqui você vê a diaba gorda, seu desafeto, e eu vejo o encosto. Ou seja, ela é amaldiçoada na minha visão e na sua.
_Não é pra tanto, mas realmente não gosto dela. Vamos embora!
Às 01:34h da madrugada, depois de terem passado em outro bar, eles estão chegando em frente ao prédio onde Sandra mora. Um prédio com quatro apartamentos, onde cada morador tem a chave da garagem. Não tem porteiros. É uma rua nobre da cidade, mas, nesse horário da madrugada, não tem uma alma viva pela rua.
_Vamos subir pela escada, o elevador está quebrado.
_Você mora em que andar?
_No último. No quarto andar.
_A escada é escura?
_É sim. Tem medo de fantasma?
_Na escuridão total, sim. Eles usam do breu para me provocar – diz Frank, sendo irônico.
_Mas você não estava vendo o encosto no bar mais cedo. Cadê o homem que vê alma e fantasma?
_No claro, eles só nos olham. No escuro, eles falam e mostram as piores atrocidades.
_Olha: a escada é iluminada. Mas para logo com essa conversa de espírito, que tá me deixando sem clima.
Frank, sorrindo, continua:
_Você puxou o assunto, gata. Mas, vamos, a escada também é muito boa para outras conversas e afins.
Sandra sorri com a ajuda do álcool e Frank segue com ela, ambos cambaleantes.
      Ela entra na frente dele e começa a subir as escadas.
_Esse seu rebolado em minha frente: subindo fazendo curvas, me tocam em estímulo.
Sandra sorri e para no primeiro andar, olha pra Frank e pergunta:
_Para o que você não tem uma fala engraçadinha?
_Só quando minha boca está ocupada com outra coisa.
Ela faz cara de dengo e sorri meiga. Ele abaixa-se, levanta a camisa de Sandra e a beija no umbigo.
_Eu gosto disso – ela fala sorrindo.
Ele a vira e beija suas costas, perto da bunda. Abaixa um pouco a calça apertada de Sandra e beija o início de sua bunda, colocando a língua no seu cofrinho. Ela afasta-se dizendo e sorrindo: Sinto cócegas! Ele abraça-a pelas costas e beija sua nuca:
_Calma, linda! Depois dos treze anos não é mais coceguinhas, nem comichão, é outra coisa.
Ela, inclinando a cabeça e tirando o cabelo da nuca, pergunta:
_O que é, então?
_Você tem que descobrir – Frank diz, beijando-a na boca. Um beijo apaixonado.
      Em seguida, ele abaixa-se novamente pelas costas dela e põe a língua no mesmo lugar. Ela tenta fugir, ele segura-a pela cintura. Levanta a camisa de Sandra, beija suas costas e abraça-a, segurando em seus seios. Frank levanta-se e beija sua nuca, aperta seus seios delicadamente, abaixa suas mãos, abre o botão e abaixa o zíper da calça de Sandra.Ele abaixa-se novamente, abaixando as calças de Sandra até a metade de suas coxas. Frank, sem perder tempo, beija a bunda de Sandra, aperta-a com uma das mãos, a outra, enfia pela lateral da calcinha. Sente que Sandra depila-se regulamente. Ele passa seu dedo nos lábios que não falam entre as pernas de Sandra. Com a boca e dentes, morde sua calcinha, puxando de lado a roupa de baixo, e, com a língua, invade as bandas da bunda de Sandra. Ele sente na ponta de seu dedo que ela está muito molhada. Ela inclina-se um pouco e ele enfia a língua no cu de Sandra, escorregando até sua buceta, e lambe de cima a baixo sem parar, com o dedo no clitóris dela. Depois de alguns segundos, ele levanta-se e a beija. Ela agarra Frank, sedenta. Ele retribui. Ela enfia a mão na calça de Frank e pega em seu pau, que está duro. Ela aperta. Ele abaixa a calça dela ainda mais, levanta a camisa e beija os seus seios. Ela começa a gemer um pouco mais alto, cheia de tesão com o dedo indicador de seu amante em ação. Ele fala no ouvido dela: cuidado para não acordar os seus vizinhos. Ela sorri. Ele abaixa-se novamente, bota a calcinha dela de lado, quase que rasgando, e, com a língua, pressiona o clitóris fazendo movimento circulares. Depois Frank abre bem a vagina e enfia e tira de dentro sua língua, como se a comesse com um paladar voraz. Ela torna a gemer mais alto, ele não faz nada, continua a chupá-la, lambendo a vagina de cima a baixo. Ela geme um pouco mais alto, ele levanta-se e tampa a boca de Sandra. Por segundos, encara-a e sorri. Antes que ela esboce reação, ele a vira, abre o botão e o zíper de sua calça. Com uma das mãos, segura o cabelo dela pela nuca, com a outra, abraça-a, puxando-a. Com carinho, coloca seu pau altivo e ereto entre as pernas dela, roça alguns segundos entre as coxas e a entrada vaginal, deixando que ele penetre sozinho, pois fica uma facilidade quando ela está molhada. Frank continua beijando sua nuca, enfiando devagar e com algumas enfiadas fortes, variando com a penetração mais rápida. Ora com a mão na buceta de Sandra, ora com a mão na sua boca. Durante esse movimento, Frank bota a mão em seu bolso do fundo da calça, fecha um pouco a mão, mas tira a mão do bolso. Eles ficam dezessete minutos nessa posição. Até ele a virar, levantar uma de suas pernas e enfiar, olhando em seus olhos. Frank sorri. Sandra já havia gozado na primeira posição, na segunda, continuou muito bom, mas não deu tempo para gozar novamente, Frank gozou. Ele abraça-a por alguns segundos e sai de perto. Os dois vestem-se e ela diz:
      _Vamos lá em cima pro meu apartamento?
_Lógico, estou com fome, com sede e ainda tem coisas inevitáveis que quero fazer com você.
Ela sorri novamente. Eles sobem. Ela abre a porta, ele entra e abraça-a pelas costas de novo. Beija sua nuca, já de pau duro. Sem cerimônia, abaixa as calças dela e as suas também. Encaixa novamente o pau entre as pernas dela. Ela gosta e vira o rosto para olhar para trás. Ele inclina-se e a beija. Ela solta-se um pouco dele, vai em direção ao seu quarto, tira suas calças, tira a calcinha e a sua camisa, tira o sutiã, deita-se de pernas abertas e o espera, sorridente. Ele vai em direção a ela, tira a camisa, a calça também, jogando-a por cima da cama, ao lado de Sandra. Frank encaixa-se no meio das pernas de Sandra. Cinco minutos depois, ele a deita de costas e penetra-a com rapidez. Entre o movimento rápido e uma abaixada para beijar a nuca dela, ele, com destreza, enfia a mão direita no bolso traseiro da sua calça, que estava na cama de Sandra. Frank aperta a mão, como se tivesse segurando algo com força e raiva. Ele tira um saco plástico do bolso de sua calça. Sandra está de olhos fechados e gemendo mais que a vontade. Frank, com as duas mãos, rapidamente, abre o saco e encaixa na cabeça de Sandra. Ela primeiro tenta tirar o saco de sua cabeça, segurando os pulsos dele, depois tenta rasgar o saco e não consegue, até começar a se debater sem ar. Frank desencaixa-se dela e senta-se em suas costas. Ele aperta o saco plástico com mais força e agressividade. Sandra tenta escapar, mas só se debate e perde as forças aos poucos. Sandra tenta. Tenta...
Frank, em cima de sua vítima, olha para frente e vê pelo menos vinte almas penadas, espíritos, que vagam ao redor dele há mais tempo que suas memórias podem se lembrar. Os espíritos, calados e cheios de motivações, assistem à cena com um desespero motivador e cinzas de enxofre em seus olhos.
      Depois de 3 minutos e 37 segundos, Frank afrouxa a mão, mas continua em cima dela, que continua com o plástico envolvendo sua cabeça. Frank, sério, com olhos de admiração pela sua vítima e uma face de agradecimento, como se tivesse sido aplaudido pela comitiva dos espíritos voyeurs, respira ofegante e com gracejos de felicidade.
      Alguns minutos depois, levanta-se, veste-se, vai até a cozinha, abre a geladeira, pega uma maçã, começa a mordê-la. Pega uma garrafa de plástico com água, bebe parte da água. Coloca a garrafa de plástico no seu bolso. Comendo a maçã, matando sua fome, volta ao quarto, pega seu saco plástico assassino e guarda no bolso do fundo de sua calça. Ele lembra que seu esperma está dentro dela. Ele sorri ironicamente e pensa: “Será que deu tempo de ela engravidar?”.
      Antes que saísse da casa, Frank pega um pano que estava na pia da cozinha e, com o pano em mãos, limpa possíveis rastros de suas digitais. Mas ele lembra-se novamente de seu esperma dentro dela e deixa que a sua boa sorte o ajude. Depois, com certo desprezo, mas ereto, masturba-se em cima do corpo de Sandra, até gozar por cima do defunto branco e, agora, sem alma.
      Frank está no terceiro andar, descendo as escadas, ele percebe uma coisa, sobe de volta metade dos degraus, olha no interruptor que está escrito “Favor desligar as luzes após sair das escadas.”. Frank desliga as luzes e desce na escuridão, ouvindo belas atrocidades dos espíritos que o seguem, assobiando um clássico de Mozart.


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