terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Poema 'Vermelhas'



Vermelhas


Pincelar liberta.

Preencho cores vermelhas
Imaginando pupilas
tragando tulipas
refletindo veias
desafogando sangue
desiludindo métrica.

Desflorindo cinza e o que não tange.

Não sou pintor
sou poeta
escritor que nunca foi pago
inventor de liberdades
de mentiras sem maldades
e saudades azuladas-vermelhadas
intrépidas.

Meu ofício pode ser seu fardo.

Tudo fica
na avaliação que almejas
nas batidas vermelhas
do que desejas
encruada ao ponto de vista
e do que defino
regra
e hino.

Pincelar é saída, entrada, meta.
É desatino.


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