sábado, 8 de junho de 2013

Desigual, meu segundo livro de poemas. Lançado em junho de 2012 no Salipi (Salão do livro do Piauí)

Meu segundo livro de poemas está online para ler e baixar.

No link abaixo:


http://issuu.com/joseaugustosampaio/docs/livrodesigualonline/0

Poemas do livro:

A lâmina
Aos poetas

O problema está na alma
lama.

O poema não é beleza.
  É lâmina.

E, do recorte afiado
Sai meu desacato
Minha libertação efêmera.
E, das fotografias reais
Arquiteto belezas geniais.

Contudo
Todas vêm afins, assassinas e fêmeas.
Seja poesia

Seja poema.


//
O Desconstrutor

Não quero o riso fácil, cortês, ávido.
Muito menos a felicidade que espera o tempo futuro.
Prefiro o acaso e o medo
Quero o incerto, é certo
O tracejo e o alho.
Vamos temperar                                   
Entrelaçar ânsias 
Cozinhar discordâncias                             amenidades
Aromas e danças.
Fazer nossas manhãs mais profanas, ácidas laranjas.
Sem precisar de quem aceita e receita.   
Pois, se chegas até aqui esperando encontrar poemas
E temas belos, dignos de amores simétricos
Encontrarás apenas o irrequieto José e ereto.
Ou Guto, para os mais espertos.
E que sabem que vim para escrever o que penso
E o que penso pode machucar.
Darei outra chance. Feche o livro
Procure Olavo, procure Dante.
Não penso em você neste verso e nem adiante.
Não me incremento poeta, seta, para novas frentes
Ideais e metas.
Mas, se eu negar, Deus me castigará.
Já fui personagem e escrevi para grandes festas
Banhadas a vinho e palestrantes pedantes.
Porém, agora, teço meu poema sem precisar que me diga
Verbos adjetivados e elogios semelhantes. 
Não quero o riso fácil, cortês, certo.
Serei bem direto: de poeta, só tenho a vontade
E não sou adepto à harmonia no verso.
Pertence à minha pele desconstruir sem pedir licença.
Pois, mesmo que se faça ausência
Para você, não serei indireto.

//
Filho da puta
A mim e aos outros

No Bando dos Filhos da Puta
Só tem filho da puta.
Reunidos, eles riem dos outros e falam à vontade.
Não falta bebida, não falta farofa.
Calabresa tem de sobra, o assunto é fofoca.

Os outros, fofocados, assunto focado
Dão cara a tapa para um dia baterem no peito
E dizerem:
Sou do Bando dos Filhos da Puta.

//
Aos incomodados 

Prefiro ser o incômodo
Que o cômodo.
Não tenho lugar no salão de festas
E nos recitais 
Cheios de astrais.
Todas as cadeiras são de quatro patas.
Tenho três e ainda uso espadas.

Do lado de fora
Vomito
Engasgando-me perto da parede.

//
Floreios
Aos grandes poetas e seus lindos poemas revolucionários

Escrever belos poemas é muito fácil
Quando enchemos os versos de flores
Que são colhidas no dicionário.

//
Condenado

Em nove de janeiro de 2012
Cá estou
Um cifrão negativo
E entorpecido.
Escrevendo um poema
Não por pena
Ou para pôr pena
Mas por falta de competência
Com outros afazeres dos competentes.

Fora do lugar
Não em qualquer lugar
Descompassado
Sem andar
Para frente ou para trás. Inerte.
Sonhando? Sonhando.

A poesia não salva o poeta dos que não poetam.
A poesia salva a minha alma
Mas não a salva do banco, dos juros e dos carmas avulsos. 

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