Meus olhos cheios d’água
Não respiro direito,
Não me entorto nem espreito nada...
Há uma faca em meu peito, mas não há de sangrar!
Coalha em mim toda ira e tristeza, enfim...
Até pareço perecer em mim mesmo...
Como se não me tivesse ou não me fosse
A poesia é apenas o meu esconderijo,
Já que os heróis, aqueles rijos de outrora,
Só existem nos quadrinhos ou nos caminhos
do meu imaginar...
O que de bom eu faço, aquilo que é meu dom
é apenas me embriagar,
Não sou nada nem ninguém, nem Pessoa,
Sou um pária, estou aquém de tudo isso...
E é tão vulgar!
Não quero ser livre...
Alguém me prenda em um “eu” menos torpe ou covarde,
Mais amor, mais coragem...
Meu choro não vale nada, nenhuma lágrima exprime
A dor que, de tão dolorosa, nem sinto mais...
Deve ser a cachaça
ou quem sabe a fumaça...
Deve ser o meu “eu” se desfazendo de mim
Por vergonha ou o que o valha
Embriago-me outra vez
Pra que me esqueças de vez
Ou me faça esquecer!
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Joe Ferry é escritor, poeta, compositor, músico e boêmio profissional.
https://www.facebook.com/joe.ferry.750
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