Ilha
Por entre árvores centenárias
cemitérios de
mistérios
casas não tão
centenárias
ruas não menos
antigas
poucas pessoas
sombras e aromas
o silêncio
existe.
Quantos tipos de
silêncio
existem nesse
mundo?
Muitos deles
estão na Ilha.
No caminho de
areia beira o mar
a maré veio para
depois recuar.
Pessoas trabalham
nas pedras
as pedras
trabalham as pessoas.
A galinha toma
conta de seus pintinhos.
O galo
no seu pequeno
espaço
beleza a
imensidão batendo asas
e corre querendo
cruzar o vento.
Os cachorros
falam com os olhos
em todos os
lugares.
Os gatos também
dormem por aí.
O som do mar
entre preguiças e
maresias
bate na retina do
silêncio.
Conchas ressoam
sem calar:
“Ilha de
Itaparica”
“Ilha de
Itaparica”
“Ilha de
Itaparica”
e como mantra
as garças repetem
cantando
enquanto procuram
alimentos
em pedras
cobertas de verde e ventos.
Ouço goteiras
espaças
que soam pelo
silêncio da casa
e um DVD
defeituoso
me joga nesse
poema jeitoso.
O poeta é
sonhador
e conta as
muriçocas que voam pela sala
e se incomoda com
picadas que não matas.
O inacabável
silêncio e o mar
abraçam cafuné a
rodopiar.
E a lua
E o sal
E o sol que anseia já-já voltar
E ao léu
E o céu
E a Ilha
O silêncio sonha.
/////////////
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem, mas deixem seu contato para que eu tenha o direito de resposta.