quinta-feira, 9 de abril de 2015

Poema em homenagem a Ilha de Itaparica

Ilha


Por entre árvores centenárias
cemitérios de mistérios
casas não tão centenárias
ruas não menos antigas
poucas pessoas
sombras e aromas
o silêncio existe.
Quantos tipos de silêncio
existem nesse mundo?
Muitos deles estão na Ilha.

No caminho de areia beira o mar
a maré veio para depois recuar.
Pessoas trabalham nas pedras
as pedras trabalham as pessoas.
A galinha toma conta de seus pintinhos.
O galo
no seu pequeno espaço
beleza a imensidão batendo asas
e corre querendo cruzar o vento.
Os cachorros falam com os olhos
em todos os lugares.
Os gatos também dormem por aí.
O som do mar
entre preguiças e maresias
bate na retina do silêncio.
Conchas ressoam sem calar:
“Ilha de Itaparica”
“Ilha de Itaparica”
“Ilha de Itaparica”
e como mantra
as garças repetem
cantando
enquanto procuram alimentos
em pedras cobertas de verde e ventos.

Ouço goteiras espaças
que soam pelo silêncio da casa
e um DVD defeituoso
me joga nesse poema jeitoso.
O poeta é sonhador
e conta as muriçocas que voam pela sala
e se incomoda com picadas que não matas.
O inacabável silêncio e o mar
abraçam cafuné a rodopiar.
E a lua
E o sal
E o sol                que anseia já-já voltar
E ao léu
E o céu
E a Ilha
O silêncio sonha.



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Viva a Ilha de Itaparica, um dos locais mais belos do mundo.


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