sexta-feira, 2 de maio de 2014

O Desabrochador - poema de Tassiano Simões do "O Livro das Iluminações"

O Desabrochador


Tassiano brotou serpenteando
Ao lado de um manguezal
Que se eclodiu como efeito
Da colisão do mar escoltado de sal
E o doce do rio Itariri.

E ali, emaranhado encruado à beleza nativa
E que nunca mais saiu de suas lembranças
Andando de lado junto ao batalhão de siris
Alguns rosados, outros vermelhos
E outros derradeiros
Ele lambuza-se lama
E nas brancas marítimas terras
Das largas e silenciosas praias do Conde
Onde venta calmo   manso    quase andando
Para que você esqueça até de seu nome.
Seguindo sua trilha, chega a Siribinha Outra praia de sua vida
Onde vai nadar sem esforço
Para a ilha do Cavalo Russo, ainda moço
Banhar de água quente e salobra
Pular das raízes erguidas
E suficientemente fortes dos manguezais.
E pelas correntezas
Abstraindo-se sem perigo
Seu corpo é levado como forma de gratidão Para outro rio amigo.
Assim, Simões desabrochou bebendo água do São Francisco
Atravessando grandes distâncias, sem medo
Abrindo o peito
Como um Desabrochador de quem está vivo
Sem reservas ou juízos
Para quem implora equilíbrios
Em desequilíbrios.

Tassiano Simões, mesmo que sejas mais um dos inquilinos perdidos, vai e dá luz aos aflitos.
Disse um anjo anamórfico

Sobre mim, erguido.


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