quinta-feira, 25 de julho de 2013

Leia um trecho da história “A cama perfumada”, do livro “Narrativas do horror cotidiano”


Nessa história “A cama perfumada”, os patrões Ângelus e Margarida trazem a adolescente Rosa do seu interior para trabalhar como doméstica na cidade grande. Mas o envolvimento dos três sai do campo profissional e entra em uma redoma de comportamentos predatórios e sádicos.
O trecho abaixo narra onde já estava chegando uma parte desse triângulo: a relação entre o Ângelus e Rosinha.  


Um ano e meio depois da chegada de Rosa, sua relação com Margarida ora intensificava e ora tranquilizava, mas não mudava muito. Já o amor entre ela e seu patrão acontecia todos os dias. Ângelus, apesar da idade, tinha fôlego de um adolescente de dezessete anos. Com o passar dos dias, ele, sempre estranho, mudava cada vez mais a forma de transar e gravar as cenas. Virou febre fazer esses vídeos caseiros.
_Eu quero o novo, cansei do igual – ele queixava-se e inventava um novo quadro para filmar. Rosa, que o amava, mesmo se incomodando um pouquinho com algumas das novas ideias de Ângelus, sempre compartilhava. Essas experiências faziam parte do que ela escolheu. E Ângelus continuava inovando: amarrava e enfiava nela, de forma estúpida, sua pica, e objetos estranhos eram penetrados em via dupla. Rosa machucava-se toda, mas o amor curava. Quando ele não a amarrava com cordas, eram com cipós, cintos. Quando não estava mais tão ereto, eram vibradores, pepinos, velas consideravelmente grossas, garrafas plásticas e vazias de água mineral, etc. Tudo com interesse em vê-la sendo deflorada e gemendo.  Quando ele queria sentir mais poder, amordaçava-lhe de um jeito que a fazia perder o ar, e a comia dessa forma. Ela gritava de dor, com o pau de Ângelus em seu cu e uma garrafa ks de Coca em sua boceta. Sem citar a máscara, que se tornou quesito obrigatório no sexo dos amantes. Isso o deixava loucamente excitado. Tão excitado, que Ângelus começou a comprar vários tipos de máscaras diferentes para usarem nas gravações. As máscaras eram das mais engraçadas, como de celebridades e ex-presidentes, até as mais assustadoras como a do It (A Coisa ou o Palhaço Assassino, de S. King) e de animais com feições assassinas e perturbadoras. Rosa tinha um pouco de orgulho disso, apesar de seu incômodo, porque tinha certeza que Margarida não o satisfazia como ela. E ela o amava, mesmo sendo tudo documentado. O sexo preferido de Ângelus com Rosa era amarrá-la de cabeça para baixo, com as pernas abertas em um ângulo que facilitasse a penetração pela vagina ou pelo cu, ou ambos, e ainda saísse bem na tela. E os gostos mais estranhos de Ângelus eram dois, tinha um pouco de escatologia e necrofilia. Na hora da necrofilia, Ângelus pedia que Rosa deitasse de bruços por cima de um cobertor, que cobria uma camada de cubos de gelo, que estava em um caixote, e que parecia mais um caixão. E, pelas costas, ele praticava a sua sodomia filmada, no corpo imóvel e gelado da menina. Rosa, que ficava morrendo de frio, nada falava, nem gemia.
_Não gema e não abra os olhos, não fale nada, fique como se fosse uma morta – ele ordenava.
E quando Ângelus envolvia escatologia, era nojento no ponto de vista de qualquer pessoa, menos no dele e, pelo visto, no de Rosa, porque disso ela também gostou, apesar de estranhar a ideia. Mas um dia ele pediu:
_Rosinha, amanhã fique o dia todo sem cagar. No final da tarde, estarei em casa e eu te explicarei por que.
Nesse fim de tarde, com os dois nus na sala, Ângelus explica:
_Olhe, menina! Ficarei aqui deitado e com a câmera ligada. Bote a sua máscara e venha dali – ele aponta para a porta do quarto dela e continua. – Chegue por cima de mim, se acocore de costas para o meu rosto e, em cima dos meus peitos, cague. Ela achou muito estranho, mas o fez. E ele filmou o cu da garota cagando. E, depois, masturbou-se, com ela observando-o, vendo o vídeo na TV da sala. Rosa, depois de algumas práticas como essa, até passou a gostar e acompanhar o seu amante nessas fantasias. Ângelus também passou a cagar em cima dela e deixar o seu cu ser filmado, para depois trepar com Rosa vendo o vídeo. Talvez ela já tivesse a pré-disposição para tal ação, por isso tanto entrosamento. O curioso nisso é que ele nunca filmava o rosto de Rosa. Apesar de tudo, ela o amava. Tinha dias que ele, de madrugada, quando Margarida estava naquele sono roncador, aparecia no quarto de Rosa e, com ela, fazia amor de forma comum. Sem a câmera.
                                                                                                                                                           

 Leia o livro no link abaixo:


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