terça-feira, 9 de julho de 2013

Tassiano Simões - poema do poeta russo radicado na Bahia.

Tassiano Simões, poeta russo radicado na Bahia, morador da bela Barra do Itariri, há 31 anos. Começou a escrever há apenas sete anos. E com os seus 56 anos de idade está reunindo poemas para publicar o primeiro livro. Abaixo um dos poemas que ele me enviou e disse que estaria em seu livro:


Testemunho


meio poesia
meio poético
inquilino
recessivo
decrépito     pensante mediante medido
entorpecido: sim e não      assíduo
introspecção e indescritível
paixão             acima de tudo a flor da pele
pétala amarelada e vil      verde         a cor de Deus
e frágil
ocupada  a mente  e frágil      ...
sob o sol solo alaranjado amarronzado e tropical
ácido, devagar e sempre                    in All
atingindo a sola de meu pé
ao lisérgico fio de cabelo meu mais perto e apontando para o céu
fulminante, distante             atuante
inquietante, abusivo             corrosivo
decisivo (sempre sorrindo)       lisérgico
persuasivo, amor                     muito amor
dor, solidão, palavras
atas e minutas          de Deus? De Eus?
chuvas doces e frutas maduras cheias de sementes por dentro
aprendendo, querendo
contemplando, gozando, afunilando
canto,       cantos        centro, cento, anos e anos
canto, cantos, adoro sons depressivos acompanhados de guitarras depressivas e solos que elevam a condição mortal do homem para perto do enigma impessoal infinito que é Deus
me tiram um sorriso no canto da boca
estava oca
não a boca
a alma
à alma
meio irônica
papel em branca
repicada pela luz que inversa vai como verso
assimétrica
iônica
tanta
mantra
goza
não quero fanta sem vodca
mas na minha vodca pode também gelo e soda
queria uma santa
pelo menos três
Deus mandou-me uma
que sagrada, suporta meus delírios
meio filosófico
meio bêbado
à Deus             pêssego                       (tentativa de rima)
quem não morde da fruta?
Animal                                               Animal                        Frita!
natureza, beleza, arrebol
SOL
crepúsculo                 Sol
caramelado
caramelando de azul                 o verde a cor de Deus
que tem todas as cores Deus
o falo e o feminino-rasgo
(estão nas cores muitos dos segredos do mundo)
Simões
Tassiano
sou em dois
arroz, feijão e farinha             (faz bem)
um bife                       (sempre bem vindo)
O peixe já vem?
já disse                                                      vivo sorrindo! vivo sorrir do! vivo só indo!
choro, jorro, sorriu, agrido, restrito
abrigo
e desabrigado
(estar atrás do amor e de transformá-lo)
não procure outro sentido em vida
únicas: morte, morte
acredite: sorte, sorte      por horas!
certeza e burrice
multiplica         múltiplas em vezes
vira alucinação
sou alucinação                   a Ayahuasca em sua garganta
e o amargo em sua língua esperando alívio imediato
do líquido    alucinógeno   divino   sagrado
o próprio cogumelo depois de colhido da merda da vaca
tenho um coração       bomba relógio
chorão                                 agressivo e persuasivo
é algo sobre mim
não sei
realmente, nada sei!
não por Sócrates, mas por mim
acabei
e refez
meio decadente
e serpente
à Deus um pêssego
a mim  "amedo":
(é o nome do meu anjo do lado esquerdo)
"centelho":
(é o anjo que está no lado direito)
crespo, adoro meus cabelos crespos
sou negro de sangue
sou vermelho
anamórfico confluentemente       an (no) amor fico
fala do azul, do amarelo
do arrebol laranja cerrado              no Porto da Barra
agora
hora          ou ora?!
afunila
aurora e lua            está na rua
em cada centímetro
infinito, meu sentimento me acerta
seta, meta
dois cisnes na lagoa
e peixes nadam em nada a perder e saber
sempre tanto faz

tanto sempre e algo a mais.






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