quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Poema de TASSIANO SIMÕES - O objeto



O objeto

Estou pose poste
por trás do sorriso sou morte.
De mim só querem o melhor
o pior me deixem no lixo.
Dentro de mim um grande reboliço.
Estou farto e fico falso
me contradigo               saio correndo                quero energia
energia pra continuar a ser poste
e iluminar as esquinas
e iluminar as varandas
e iluminar meus olhos e minhas angústias.
O fraco de mim vive mais
forte de mim se mostra mais
e o forte está seco.
E o meu medo é continuar sem saber que som ouvir
ou que palavra seguir
ou que lado dormir.
Preciso dormir.
Não durmo mais
tenho andado sonha(n)do
e a vida passa, sem ir, de um lado
negro
do medo.
Enquanto faço de conta pra todos que sou luz
objeto que tristeza de outros reduz
me afundo em abstração.
Tento escapulir de mim e dessa dor
mas não consigo.
ME PERDOEM.
Me perdoem.
Sou sim vestígio e objeto
sou corpo vago vasto largado.
Me perdoem, pois se não, me poupem
Me deixem como estou e vou.



Tassiano Simões

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Tassiano Simões, poeta russo radicado na Bahia. 
Ele, há 31 anos, é morador da bela Barra do Itariri. 
Começou a escrever há apenas sete anos. E com os seus 56 anos de idade está reunindo poemas para publicar o primeiro livro. 



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